sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Num posto no centro

Acabava de parar no posto de gasolina para abastecer. Encostado ao carro não pude deixar de reparar no casal sentado de frente para mim, num balcão da loja de conveniências, por trás do vidro que enclausura a lojinha.
Um casal jovem e bonito. O rapaz bebia uma cerveja, a garota um guaraná. O rapaz falava empolgadamente (e empolgantemente), ria muito. Colocava as mão no joelho, cruzava os braços, perguntava-lhe algo ou simplesmente esperava um retorno. Que era dado imediatamente, enquanto a moça continuamente acariciava seus longos cabelos negros, como se tentasse esticá-los ainda mais.
A conversa era entusiasmante e animada. Num rompante de expressão corporal, com os braços largamente abertos, ele solta uma piada ou algum comentário engraçado, como se fechasse um ato. Ela ria franca e abertamente, no mesmo instante ele se levanta, vira as costas e vai em direção à geladeira, onde restam mais cervejas. Durante a ausência do rapaz, ela permaneceu na gargalhada hilária, demonstrando ao mundo que a frase a pouco dita era realmente engraçada ou que ela está perdidamente interessada no rapazote. Ele volta, se insinua numa espécie de passo trôpego de dança, é recompensado com os belos dentes da moça à mostra novamente. Ainda rindo, abre a cerveja, dá-lhe um belo gole. E volta a conversa.
Enquanto isso eu pago a conta, entro no carro, ligo a Corinne, dou passagem a um senhor com um crachá preso ao bolso da camisa de botão por um clipe, subo a Bandeira Tribuzzi e sumo no largo horizonte da Holandeses.

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